quinta-feira, 30 de junho de 2011

Gestão, Manejo e Nutrição Na Bovinocultura Leiteira - São José do Cedro



Inscrições: até 01/07/2011

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pós-graduação em gestão, manejo e nutrição na bovinocultura leiteira - 1

Objetivo:

Promover o aprendizado multidisciplinar por meio da prática de gestão sistêmica da cadeia produtiva da bovinocultura de leite, com ênfase nos recursos produtivos e na gestão profissional de cada um dos elos envolvidos.

Coordenador(a): Alceu Cericato

Prorrogada por seis meses alteração na norma de qualidade do leite


Prazo será necessário para competências e responsabilidades para indústrias e produtores se adequarem aos novos padrões

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prorrogou por seis meses a entrada em vigor da próxima etapa da Instrução Normativa nº 51, prevista para ser aplicada a partir dessa sexta, dia 1º. A legislação determina novos parâmetros de qualidade para produção do leite nacional.

A norma exigiria a redução em 87% da contagem total de bactérias e em 50% a contagem de células somáticas presentes em cada mililitro de leite. Com isso, o limite de contagem bacteriana total (CBT), que atualmente é de 750 mil Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por mililitro, baixaria para 100 mil UFC por mililitro com relação à contagem de células somáticas (CCS), o teto passaria de 750 mil células por mililitro para 400 mil por mililitro.

– O governo está dando um prazo de seis meses para que a cadeia produtiva possa fornecer um produto de melhor qualidade para os consumidores, e para que seja firmado acordo setorial para estabelecer sistema de pagamento ao produtor por essa melhoria de qualidade. É importante que o produtor receba incentivos e seja pago pela qualidade do seu leite – justifica o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

A alegação de indústrias e entidades do setor é que, se a legislação fosse adotada de imediato, grande parte dos produtores brasileiros ficariam excluídos do mercado. A proposta da cadeia é a redução gradual dos índices a cada ano até que a meta seja atingida.

Outros obstáculos apontados pela cadeia são as condições das estradas vicinais, aporte de energia elétrica insuficiente e irregular em algumas regiões, além da falta de acesso à tecnologia e financiamento para aquisição de resfriadores, bem como treinamento para pequenos produtores sobre melhoria das condições de ordenha e produção.

Segundo o diretor do Departamento de Inspeção e de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, um grupo técnico composto por representantes do Ministério da Agricultura, de empresas, universidades, Embrapa, Confederação de Cooperativas, da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deverá ser constituído para estabelecer, no prazo de seis meses, os critérios de participação e as responsabilidades dos elos da cadeia produtiva, e propor os parâmetros de qualidade com base nos resultados das avaliações técnicas realizadas até agora.

– O Ministério não está autuando e nem rejeitando nenhum leite. A nossa meta é que se efetive nacionalmente o sistema de pagamento por qualidade, com base em definições dos novos parâmetros que serão estabelecidos. Sabemos das dificuldades do país, mas precisamos do comprometimento de toda a cadeia – ressalta Oliveira.

Impactos positivos

De acordo com o coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Marcius Ribeiro de Freitas, com a melhoria da qualidade do leite cru, automaticamente todos os tipos de leite terão padrões mais rígidos. Como conseqüência, o produto brasileiro poderá atender aos padrões internacionais de qualidade, além de trazer benefícios para produtores, indústrias e consumidores.

Outras vantagens são a valorização do preço pago aos criadores, uma matéria-prima de melhor rendimento e maior vida comercial para as indústrias, além da possibilidade de exportação. Os consumidores terão à disposição um leite de melhor qualidade.

– O Brasil é uma potência agrícola e um grande produtor de leite. Temos que ter um produto que atenda padrões internacionais de qualidade. Hoje, o consumo de lácteos de valor agregado alto tem crescido e as pessoas não estão comendo apenas mussarela – avalia Freitas.

Suinocultura em crise


A maioria dos participantes de audiência pública sobre a crise do setor suíno promovida nesta quarta-feira pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural afirmou que um dos problemas mais urgentes é o alto preço do milho - uma das principais fontes de alimentação dos animais. Foi sugerida a adoção de subsídios governamentais para baixar o preço. Também foram citados os altos preços da carne de porco praticados pelo varejo e o baixo consumo do produto pelos brasileiros.

O representante da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) na audiência, Tomé Guth, confirmou que os preços do milho estão bem acima dos níveis históricos e disse que, nos últimos dez anos, o setor de suínos teve custos de produção maiores que os de comercialização em pelo menos oito anos. Ele disse ainda que o custo de transporte para levar o milho de Mato Grosso para o Sudeste é de R$ 11,00 por saca.

Russos - A situação dos produtores foi agravada pelo embargo da Rússia à carne brasileira, por razões sanitárias. Os produtores afirmam que a questão é política e envolve um maior apoio do Brasil à entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Paulo de Mesquita, afirma que, de qualquer forma, é necessário eliminar os problemas sanitários.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Sérgio Jardim, explicou que já na próxima segunda-feira haverá uma reunião com os russos sobre os problemas técnicos. Segundo ele, de maneira geral, os brasileiros cumprem as exigências russas, mas os procedimentos são diferentes em alguns casos e é necessário melhorar a análise laboratorial das carnes.

Consumo interno - Quase 84% da produção de suínos no Brasil, porém, é vendida internamente. Portanto, segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Marcelo Lopes, é preciso solucionar problemas, como o baixo consumo interno.

O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, Péricles Salazar, disse que o consumo de carne suína per capita é de apenas 14 quilos por pessoa no ano, sendo que quase 12 quilos é de embutidos. Ele disse que é preciso fazer campanhas para aumentar o consumo in natura.

"As pessoas precisam entender que o suíno produzido hoje é que vem de uma produção tecnificada, de alta tecnologia, com a carne limpa. Muitas pessoas acham que é aquele porco-banha, criado com lavagem, isso não existe mais. Nós estamos produzindo hoje uma carne com alta qualidade e com alto índice de proteína", disse.

Preço nos supermercados - Para o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), é preciso que os supermercadistas expliquem por que os produtores recebem cerca de R$ 2,00 pelo quilo de carne suína, enquanto alguns cortes nas gôndolas chegam a R$ 30,00 o quilo.

"Se o produtor não está ganhando, a indústria não está ganhando, quem está ganhando é o governo e os supermercados. Nós precisamos trazer os supermercados para a conversa, para que eles limitem seus lucros dentro daquilo que foi diminuído do preço de compra. Não está correspondendo o preço pago ao produtor com aquele vendido ao consumidor", afirmou o deputado.

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou o fato de o BNDES financiar a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour e não olhar de perto a crise do setor de suínos. Alguns convidados também defenderam a compra de carne suína por instituições públicas como o Exército.

O deputado Assis do Couto (PT-PR) defendeu a aprovação do PL 8023/10, que estabelece as regras gerais para o sistema de integração vertical entre produtor e agroindústria. Segundo ele, as empresas "integradoras" concentraram o mercado, criando uma série de problemas para o pequeno produtor.

A realização da audiência foi proposta pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Bohn Gass (PT-RS).

Dieta Única - quando utilizar?


Por Porteira Adentro - Blog, MyPoint Pro - postado há 1 dia atrás

Atualmente diversas fazendas, principalmente as de maior volume de produção, têm adotado um manejo de alimentação mais racional e simplificado, ou seja: dieta única. É possível alimentarmos um rebanho todo com uma única dieta? Na teoria isso não seria correto...

Através de agrupamento em lotes separados por peso e condição corporal, para animais em crescimento e, estágio de lactação e produção, para vacas em lactação é possível formarmos, sem grandes dificuldades de 6 a 10 lotes (categorias) que, supostamente deveriam ser arraçoados cada qual com uma dieta específica para atender diferentes demandas nutricionais (diferentes teores de energia, proteína, minerais, vitaminas, etc) visando a melhor relação custo benefício. No entanto, por motivos óbvios, dificilmente encontramos no campo propriedades arraçoando seus animais “individualmente”, ou seja, havendo, hipoteticamente, uma situação de 8 lotes, encontrarmos 8 dietas. Muitos produtores e técnicos, por motivos práticos acabam agrupando algumas categorias que acabam recebendo um mesmo concentrado (ração) em diferentes quantidades.

Qual seria o conceito, então, da “dieta única”? O princípio desta forma de arraçoamento seria formular uma dieta: “padrão” que viesse a atender (satisfazer) de modo significativo os requerimentos nutricionais dos animais em produção, preferencialmente o de maior produção. Esta mesma dieta seria fornecida para os demais lotes em produção bem como animais em crescimento, sendo realizado apenas o ajuste fino no consumo/fornecimento de alimento. Dietas de animais em lactação costumam ter entre 16 a 17% de PB e 72 a 75% de NDT ou 1,65 a 1,70 Mcal/kg de MS. Dietas densas (75% NDT + 17% PB), por exemplo, se encaixam perfeitamente no atendimento dos requerimentos de animais pós-desmama (bezerras/terneiras), por exemplo. Esta mesma concentração de dieta pode ser excedente em nutrientes para vacas no meio e final de lactação e, certamente, extrapola o aporte necessário para novilhas em crescimento (a partir de 200 kg de PV) ou mesmo vacas secas. No entanto, podemos limitar o fornecimento da dieta em termos de consumo, equilibrando, de certa forma, a quantidade total de nutrientes ingerida. O conceito da dieta total está fundamentado mais na quantidade (aporte) total de nutrientes fornecida do que propriamente no teor ou concentração de uma dada dieta “A”, “B” ou “C”. Sempre no seu emprego poderá haver sobra ou excesso de nutrientes dependendo da quantidade de alimento consumida para uma determinada categoria.

Destacamos que o estabelecimento de uma única dieta para todos os animais é praticamente impossível. O fechamento da mineralização das categorias é um desafio para muitos nutricionistas. Fica claro também que o sistema é falho em alguns aspectos como a sobre ou sub-oferta de nutrientes para determinados animais. Isso pode ser interpretado por muitos como uma maneira não racional do emprego do dinheiro e/ou eventual margem para aumento nos custos de produção. Na teoria tal conceito é cabível, na prática, os animais mais sadios com melhores índices reprodutivos (como idade ao primeiro parto) que conheço são de rebanhos com o emprego de dieta única (sistemas com 2 ou, no máximo, 3 formulações).

Recomenda-se atenção no manejo alimentar de vacas secas, principalmente no período de transição, sobretudo, no que se refere à quantidade e formulação do núcleo mineral utilizado. Desta forma, mesmo implantando dieta única, dificilmente uma fazenda escapará de um arraçoamento específico para estes animais. O aspecto prático que envolve a adoção da dieta única está associado ao velho conceito das “dietas” existentes numa propriedade: dieta formulada pelo nutricionista, dieta batida (concentrado) na fábrica de ração, dieta misturada/carregada (no vagão total mix), dieta distribuída, dieta consumida e, finalmente: dieta digerida (uma vez que há variação no metabolismo e conversão alimentar de cada indivíduo/vaca). Com todas estas variáveis que acumulam “erros” mais a implantação de manejos complexos com diversas formulações e maior custo operacional, a busca pela simplificação do trabalho ao máximo possível tem gerado resultados animadores e satisfatórios em muitos sistemas de produção. Recomendo, conheço e tenho trabalhado desta forma.