quarta-feira, 13 de julho de 2011
Cade aprova fusão entre Sadia e Perdigão condicionada a suspensão de algumas marcas e venda de ativos
"São partes do TCD, de um lado, a BRF e a SADIA, e, de outro, o CADE, constituindo, esse documento, parte integrante da decisão proferida pelo Plenário do CADE no âmbito do Ato de Concentração nº 08012.003189/2009-10. (A íntegra do documento encontra-se disponível nos seguintes endereços eletrônicos: www.brasilfoods.com,www.cvm.gov.br, e www.cade.gov.br)".
Segundo o comunicado, "as medidas estabelecidas no TCD estão limitadas ao território nacional, nos mercados e/ou categorias de produtos especificados no TCD, estando a BRF e a SADIA livres para atuar no mercado externo como um todo, mercado nacional de lácteos e mercado nacional de food service, na medida em que não afrontem as premissas e a efetividade do TCD".
Veja abaixo as imposições feitas pelo Cade:
1. Medidas impostas às companhias BRF e SADIA:
O TCD contempla as seguintes medidas principais que deverão ser obrigatoriamente observadas pelas Companhias:
(a) alienação das seguintes marcas e de todos os demais direitos de propriedade intelectual a elas relacionados: (i) Rezende, (ii) Wilson, (iii) Texas, (iv) Tekitos, (v) Patitas, (vi) Escolha Saudável, (vii) Light Ellegant, (viii) Fiesta, (ix) Freski, (x) Confiança, (xi) Doriana e (xii) Delicata.
(b) alienação, em conjunto, de todos os bens e direitos relacionados a determinadas unidades produtivas (incluindo funcionários, instalações e equipamentos), que compreendem (i) 10 fábricas de alimentos processados, (ii) 02 abatedouros de suínos, (iii) 02 abatedouros de aves, (iv) 04 fábricas de ração, (v) 12 granjas de matrizes de frangos, (vi) 02 incubatórios de aves;
(c) alienação de todos os bens e direitos relacionados a 08 Centros de Distribuição;
(d) cessão de toda a carteira de contratos com produtores integrados de aves e de suínos, atualmente utilizada para garantir o suprimento específico das estruturas produtivas mencionadas na alínea "b", que se encontram detalhadas no Anexo 1 do TCD, acrescida de tantos outros contratos que se fizerem eventualmente necessários para garantir, no mínimo, fornecimento de 100% de aves e 70% de suínos utilizados na produção de alimentos processados nas unidades produtivas alienadas;
(e) a carteira de contratos referida na alínea "d" e o conjunto de ativos referido nas alíneas "b" e "c" devem estar geograficamente articulados nos mesmos moldes em operação, atualmente, pelas Companhias;
(f) o conjunto de todos os ativos produtivos, tangíveis e intangíveis, indicados nas alíneas "a" "b", "c" e "d", são caracterizados como uma universalidade de fato (designada no TCD como "Negócio") e correspondem a uma capacidade de processamento industrial de alimentos no montante de 730 (setecentos e trinta) mil toneladas, sendo 96 (noventa e seis) mil toneladas de margarinas, e o restante nos mercados relevantes com preocupações concorrenciais;
(g) suspensão do uso da marca PERDIGÃO, no território nacional, pelo prazo de 03 (três) anos, nos seguintes produtos: (i) presunto suíno cozido, apresuntado e afiambrado; (ii) kit festa suínos (lombo suíno temperado, congelado, paleta suína, defumada, pernil com/sem osso temperado, presunto tender, tender suíno); (iii) lingüiça curada e paio;
(h) suspensão do uso da marca PERDIGÃO, no território nacional, pelo prazo de 04 (quatro) anos, no seguinte produto: salames;
(i) suspensão do uso da marca PERDIGÃO, no território nacional, pelo prazo de 05 (cinco) anos, nos seguintes produtos: (i) lasanhas; (ii) pizzas congeladas; (iii) kibes e almôndegas e (iv) frios saudáveis;
(j) as Companhias não poderão utilizar, pelo período de 05 (cinco) anos, nas categorias indicadas nas alíneas "g", "h", "i", além de margarina, peru in natura, mortadela, kit festa aves, hambúrguer, empanados e salsicha, outras marcas, já existentes ou que venham a ser criadas, que não aquelas indicadas no Anexo 3 do TCD. Também não poderão utilizar marcas ou denominações delas derivadas sob qualquer forma. Para as marcas constantes do Anexo 3 do TCD em que estiver estabelecido limite máximo de participação, a verificação, a qualquer tempo, de desrespeito desse limite implicará a suspensão definitiva da marca correspondente, pelo período aqui estabelecido, na categoria em que tiver ocorrido a violação.
(k) suspensão do uso da marca BATAVO, durante 04 (quatro) anos, para os produtos e categorias indicadas nas alíneas "g" "h", "i", além de margarina, peru in natura, mortadela, kit-festa aves, hambúrguer, empanados e salsichas; e
(l) as Companhias deverão abster-se, durante o prazo de vigência do TCD, de celebrar com quaisquer pontos de venda, incluindo redes atacadistas e varejistas de supermercados e hipermercados, acordos de qualquer espécie que impliquem exclusividade de fato ou de direito de vendas, publicidade ou merchandising, inclusive no tocante à forma de exposição dos produtos no ponto de venda.
(m) quanto à carne de peru, as Companhias garantem fornecimento de peru in naturaao adquirente do Negócio, em volume correspondente à participação de mercado da marca Rezende, dados Nielsen volume (média 2010), pelo preço de venda de exportação desse produto.
2. Condições e prazos para o cumprimento das obrigações do TCD:
2.1. O adquirente do "Negócio" (item 1 alínea f) deverá, cumulativa e individualmente, comprovar perante o CADE:
a) higidez financeira, inclusive para realização de investimentos futuros;
b) capacidade administrativa e gerencial e;
c) inexistência de quaisquer vínculos, diretos ou indiretos, inclusive controle externo, com as Companhias ou com seu respectivo grupo econômico.
2.2 As Companhias deverão tomar, em prazo compatível com as demais obrigações constantes do TCD a tornar o "Negócio" pronto e disponível para alienação, incluindo, providências de reorganização societária, liberação de ônus reais e obrigacionais, reestruturação administrativa organizacional ou quaisquer medidas que se façam necessárias.
2.3 Referidos prazos estão definidos em cláusulas confidenciais do TCD.
2.4 As medidas comportamentais sobre o uso de marcas previstas no item 1, alíneas "g", "h", "i", "j" e "k" incidirão a partir do dia subseqüente à assinatura do contrato de alienação do "Negócio".
3. Obrigações das Companhias durante o prazo fixado para alienação do negócio:
(a) manter em pleno funcionamento as unidades produtivas objeto de alienação, em condições operacionais não inferiores àquelas existentes nesta data;
(b) replicar, nas instalações, processos produtivos e produtos a serem alienados, os aperfeiçoamentos feitos nas instalações, processos produtivos e produtos que permanecerão com a BRF;
(c) manter o nível de emprego das referidas unidades produtivas, ficando vedada a dispensa injustificada de pessoal;
(d) manter investimentos em marketing nas marcas objeto de alienação em patamares no mínimo equivalentes aos realizados em 2010;
(e) manter a participação de mercado das marcas envolvidas na alienação, aferidas em conjunto por cada categoria Nielsen, no mínimo, no mesmo patamar dos dados Nielsen 2010, conforme constante do Anexo 4 do TCD. A participação de mercado no momento da alienação será aferida com base na média dos dados de participação base Nielsen (volume) dos 06 meses anteriores à alienação do "Negócio".
4. Monitoramento e penalidades:
4.1. O CADE fiscalizará o cumprimento das obrigações assumidas pelas Companhias no TCD, que também contempla a imposição de penalidades em caso de descumprimento de suas disposições.
4.2. Para aferir a regularidade de todas as obrigações indicadas no TCD, as Companhias contratarão, às suas expensas, em até 10 dias da assinatura do TCD, auditoria independente de primeira linha, que não tenha qualquer restrição dos órgãos de regulação econômica (CVM, BACEN e outros).
5. Informações adicionais:
Os demonstrativos abaixo procuram simular os impactos, na BRF, no ano de 2010, das medidas contempladas no TCD. Nessa simulação não foi levado em consideração eventual incremento das vendas com as marcas que continuarão sendo utilizadas pela BRF, em substituição aos produtos , sob as marcas Perdigão e Batavo, que terão suas vendas temporariamente suspensas por força da decisão do CADE, em categorias específicas definidas no item 1 alíneas (g), (h), (i) e (k).
A marca Perdigão, bem como todos os direitos a ela associados, permanece como propriedade da BRF e utilizada normalmente em várias categorias de alimentos processados como empanados, hambúrgueres, mortadela, lingüiças frescais, pratos prontos congelados (exceto lasanha), bacon, comemorativos de aves, além de toda linha de produtos in natura, entre outras. O volume sujeito às restrições do TCD representaria em 2010 cerca de um terço das vendas sob a marca Perdigão.
Por fim, em relação aos ativos que serão alienados, a BRF compromete-se a manter a qualidade dos seus produtos e o fornecimento aos pontos de venda até que seja feita a transição para os novos proprietários.
No que diz respeito aos funcionários e produtores integrados que atendem às unidades que deverão ser vendidas por exigência do CADE, a BRF adotará todas as medidas possíveis para minimizar os impactos decorrentes da mudança de controle destes ativos. O TCD estabelece a obrigatoriedade de que o comprador dos ativos a serem alienados mantenha o nível atual de empregos pelo prazo mínimo de seis meses.
A companhia finaliza o comunicado dizendo que "a partir de agora a Companhia trabalhará para concluir o plano de integração das duas empresas, criando assim as condições necessárias para fazer da BRF uma líder global no setor de alimentos"
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Rússia deve retirar embargo à carne brasileira ainda este mês
Uma missão técnica negociou, na semana passada, em Moscou, a reabilitação. Durante dois dias, o grupo brasileiro tentou convencer o Serviço Veterinário da Rússia a derrubar o embargo, iniciado em 15 de junho. Das 236 plantas auditadas, 143 serão habilitadas a exportar novamente. Outras 93 seguirão com "restrições temporárias" até o cumprimento das normas e padrões russos. O Brasil enviará nova lista de estabelecimentos aprovados. Os russos pediram garantia de abastecimento mesmo com a redução do número de fornecedores. E exigiram o combate a embarques não autorizados ou contrabandeados de carne para Rússia e Ucrânia.
O governo avalia que indústrias e importadores "têm fôlego" para aguardar até o fim de julho. Houve grande volume de embarques até 15 de junho. Em 15 dias, segundo o Ministério da Agricultura, foram exportados o equivalente a dois meses de vendas. "Por isso, a grita diminuiu", diz uma fonte oficial.
Pesou para a decisão da Rússia o anunciado investimento de R$ 50 milhões na rede nacional de laboratórios. Para liberar as importações, os russos impuseram um "curso de treinamento" dos profissionais dos laboratórios, em instalações russas, para atender às exigências de controle, padronização e certificação.
O secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, disse que estava "muito preocupado" com os resultados negativos da inspeção russa ocorrida em abril. Foram criados dois grupos de trabalho para avaliar métodos de inspeção e segurança laboratorial.
O czar russo da sanidade, Sergei Dankvert, participou das negociações e avalizou pessoalmente a reabertura. Dankvert virá ao Brasil em breve. Nova missão deve vir ao Brasil para uma "inspeção adicional" em "três ou quatro" Estados.
Os russos gostaram das explicações técnicas da missão brasileira. Mas, por uma questão de sinalização, decidiram aguardar alguns dias para oficializar a reabertura. "Se fosse para dizer não, teriam dito na hora. Mas para dizer sim, eles demoram um pouco mais. É parte da cultura russa, do estilo durão deles", diz uma fonte do governo.
Os russos fizeram, porém, algumas ressalvas ao trabalho brasileiro, apontando uma "condescendência" com as chamadas não conformidades. Questionaram o porquê de sua missão técnica, de abril, ter desabilitado 30% das plantas visitadas e a fiscalização do Ministério da Agricultura ter deixado de fora apenas 10% das plantas auditadas. Esse "ruído inicial" ocorreu segunda-feira passada, primeiro dia da reunião. Os brasileiros aproveitaram o intervalo da terça-feira para reunir argumentos.
Na quarta-feira, segundo dia do encontro, explicaram que a diferença percentual decorria da desabilitação prévia feita pelo Brasil antes de enviar uma nova lista de estabelecimentos em condições de exportar à Rússia. Até o embargo, havia 209 plantas habilitadas. Depois, ficaram 125 unidades. A defesa convenceu os russos.
Dessa vez, os russos elogiaram a rapidez do Brasil, à semelhança da Dinamarca, em responder novos questionamentos. Informaram que levariam "alguns dias", mas divulgariam uma nota pública sobre a reunião para "tranquilizar" o mercado internacional.
Frio reduz a produção de leite do Rio Grande do Sul
Segundo o diretor-executivo da entidade, Darlan Palharini, a estimativa foi feita a partir do levantamento sobre a captação das indústrias na primeira semana de julho, que indica uma queda na produção local para a média diária de 7,5 milhões de litros, 500 mil litros a menos do que em junho e 600 mil a menos do que em julho de 2010.
O problema é que o inverno começou com duas semanas de frio muito intenso e temperaturas negativas em várias regiões do Estado. Conforme o assistente técnico da Emater-RS, Fábio Schilick, o clima prejudicou o desenvolvimento das pastagens e reduziu a produtividade das vacas leiteiras nas propriedades com poucas reservas de silagem ou ração para complementar a alimentação dos animais.
De acordo com Palharini, o normal é que a produção gaúcha de leite siga uma trajetória ascendente de junho até setembro, antes de iniciar o período de declínio até chegar ao período mais forte de entressafra, de janeiro a abril. Desta vez, porém, o padrão foi quebrado. Até agora o Sindilat-RS não tinha registro de queda no volume produzido em julho na comparação com junho.
A Santa Clara, com sede em Carlos Barbosa, costuma receber nesta época 550 mil litros de leite por dia de 4,3 mil associados. O diretor Alexandre Guerra ainda não tem um levantamento sobre a quebra do início de julho, mas já ouviu relatos de criadores sobre reduções de 5% a 10% na produção.
A quebra na safra de leite também vai mexer nos preços do produto. No varejo, a previsão é de 10% de alta nesta semana, diz o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo.
Os criadores de gado leiteiro esperam elevação ou ao menos estabilidade dos preços recebidos da indústria neste mês em comparação com junho, segundo o assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Airton Hochscheid. Para junho, o valor previsto (o fechamento só será conhecido dia 18) é de R$ 0,6724 por litro com padrão de qualidade normal.
A matéria é de Sérgio Ruck Bueno, publicada no jornal Valor Econômico
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Interleite 2011: Artur Chinelato recebe o Prêmio Impacto 2011.
Haroldo Max de Souza, presidente da OCB de Goiás, reforçou a importância do porte do evento e de como o tema era propício por apresentar produtores de sucesso em um país que ainda carece de profissionalismo na produção de leite, contudo, que possui com enorme potencial. Rodrigo Sant'Anna Alvim, presidente da Comissão da Pecuária de Leite da CNA, também abordou a tendência de concentração do setor como ocorreu em outros países e a necessidade de controle dos custos de produção, de produzirmos de maneira eficiente. O controle de custos e um dos maiores preços aos produtores do mundo foi abordado por Vicente Nogueira Netto, presidente da Fepale (Federação Pan-Americana do Leite) pela potencialidade de nos tornarmos importantes no mercado global se fizermos nosso dever de casa, apesar dos problemas ligados ao câmbio.
Após a abertura, ocorreu a entrega do Prêmio MilkPoint Impacto 2011. O nome do vencedor de 2010, Vidal Pedroso de Faria, foi lembrado pela sua devoção à cadeia do leite e por ser considerado o "guru" do projeto Balde Cheio, o qual teve grande responsabilidade na premiação de Artur Chinelato de Camargo, idealizador do projeto, como técnico do ano.
Artur, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, agradeceu os mais de 2.000 votos e aos outros participantes, que tornaram sua escolha ainda mais importante. Ele lembrou de todos seus parceiros no projeto Balde Cheio e emocionou a plateia dizendo que, como diz a canção de Milton Nascimento, "com a alma encharcada, repleta de chão, o artista tem de ir aonde o povo está" - e é o que faz com o Balde Cheio, dando ainda um recado para pesquisadores e professores, que precisam ver a realidade de produtores que estão praticamente abandonados.

Ainda pela manhã tivemos três palestras que abordaram diferentes temáticas, mas todas mostrando enorme evolução dos produtores. A de abertura "De 30 a 25.000 litros diários em pouco mais de quatro décadas - a experiência das Fazendas Reunidas ACP e Filhos (Carmo do Rio Claro/MG)", como o nome diz, mostrou a evolução da propriedade de Leo Pereira apoiada pelo desenvolvimento da parte agrícola. Segundo ele, "a vaca transforma em leite o que a agricultura produz, por isso damos tanta importância em nosso propriedade a ela".
"Capim é a base do sucesso de nosso sistema. Temos 130ha de capineira para silagem, que alcançam uma média de 40 ton de MS/ha/ano ou 200 ton de MV/ha/ano", conta Pereira. A Fazendas Reunidas ainda utiliza da rotação de culturas entre milho e soja para produção de silagem. A rotação incrementa a produtividade e também não deixa a terra em desuso. "Os produtores deviam cada vez mais pensar em rotação de culturas, é muito vantajoso em regiões que a possibilitam".
Por fim, Pereira apresentou seu projeto de expansão para a fazenda: crescimento até o final de 2012 para 1.500 vacas em lactação e produção diária de 40.000 litros de leite, a partir de um investimento em mais de 300 ha de irrigação com pivot central. "Nosso crescimento será baseado na produção agrícola!"
A segunda palestra foi proferida por Geraldo Calmon, que contou a experiência da Fazenda Cananéia pela qualidade e certificação na produção de leite. Uma parte do que Geraldo abordou pode ser visto em nossa entrevista exclusiva sobre o processo de certificação. Outra parte e que se destacou foi a excelência na produção de leite, atenção à detalhes que passam despercebidos em outras propriedades e busca pela "perfeição".
O resultado é um leite de excelente qualidade (células somáticas 353mil/ml e unidades formadoras de colônias, 15mil/ml) e com alto teor de sólidos (teor de proteína de 3,67%, e de gordura, 4,77%). Com isso Geraldo recebe R$ 1,22/litro - sua produção diária é de 2.300 litros -, sendo que o preço base (sem as bonificações que recebe por qualidade) é de R$ 0,82/litro. O preço recebido impressionou a plateia e mostrou que é possível agregar valor na produção de leite.
Slide da apresentação da Faz. Cananéia demonstrando o valor que agrega com seu leite de melhor qualidade

A última apresentação da manhã trouxe Fernando Stédile demonstrando a experiência da Fazenda Santa Isidoro, situada em Coxilha (RS), no Sul do país. Stédile contou que em 1991 ordenhava 15 vacas, das quais 13 tinham mastite, em 2 baldes ao pé.
Falou da falta de informação para os produtores de leite e como seu orgulho por sua produção o levaram a buscar especialização na atividade, mudando o panorama da fazenda. Após 20 anos, o número de vacas em ordenha ultrapassa 420 animais da raça holandesa, em sistema de pastejo em piquetes rotacionados, suplementados com silagem de milho, pré-secado de aveia/azevém e concentrado. A meta é atingir 600 vacas em lactação até o final de 2012 mantendo o mesmo sistema, que lhe rende uma produtividade média de 28 litros/vaca/dia.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
LBR lança sistema de valorização da qualidade do leite
Em comunicado enviado à imprensa, a LBR observa que "o lançamento acontece justamente quando os produtores se veem diante do desafio de se enquadrarem a padrões mais rígidos de qualidade, estabelecidos pela Instrução Normativa 51, do Ministério da Agricultura, que deve passar a vigorar dentro de seis meses".
Ainda segundo a empresa, a medida beneficia também os consumidores, que adquirem produtos lácteos com a certeza de que são fabricados com matéria-prima de alta qualidade. O diretor de Captação e Suprimentos da LBR, Roberto Hentzy, destaca o fato de o SVQ estar integrado a outras iniciativas desenvolvidas pela empresa para aprimorar a atividade no campo, que incluem a transferência de tecnologia, o estabelecimento de parcerias e convênios, e vias de acesso ao crédito. "Isso reforça nossa disposição de contribuir para fortalecer o setor ao remunerar os produtores pelas melhorias que promovem em suas propriedades. Além disso, é uma clara demonstração de nosso zelo em fornecer aos consumidores um produto de alta qualidade", afirma.
De acordo com o SVQ, os produtores são remunerados com um valor-base comum, estipulado pela empresa. Em cada região, a LBR também estabelece um adicional de mercado, que leva em conta aspectos como a localização da propriedade em relação à fábrica na qual o leite é entregue e as condições mercadológicas do local para onde se destinam os produtos daquela fábrica. Os fornecedores poderão ainda receber adicionais em razão do volume entregue à empresa: quanto mais leite, melhor remuneração.
Mas os principais critérios de remuneração dizem respeito à qualidade. Serão avaliados os teores de proteína e gordura, a Contagem de Células Somáticas (CCS) e a Contagem Bacteriana Total (CBT). Para isso, mensalmente duas amostras do produto passarão por análise laboratorial. Os resultados considerarão a média de quatro amostras coletadas: duas no mês em vigor e duas do anterior, o que permitirá estabelecer uma média mais justa ao produtor e reduzir o impacto, por exemplo, de variações sazonais.
Para assegurar a confiabilidade das amostras, os transportadores da LBR, responsáveis pela coleta, foram capacitados. Mais de 100 técnicos da empresa que se relacionam com os produtores, também receberam treinamentos de reciclagem, ministrados por especialistas de sete laboratórios da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL), que realizam as análises para a LBR.
As equipes de atendimento aos produtores estão aptas a esclarecer dúvidas sobre o SVQ. Além disso, eles receberão cartilhas com orientações sobre o programa e os valores diferenciados pelo produto entregue. "Nossa ideia é que a iniciativa seja de inclusão, de aperfeiçoamento, e não de exclusão daqueles que ainda não alcançam os parâmetros desejados. Não é um processo seletivo. Ao contrário, é uma tentativa de contribuir para que os produtores se mantenham na atividade", ressalta Hentzy. Ele argumenta que ao estimular o "fazer mais, com menos", a LBR contribui para que a produção de leite seja uma atividade mais rentável e sustentável.
Com informações da Porto Press, assessoria de imprensa da LBR
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Suinocultura abandonada
A criação de suínos passa por um momento delicado. O alto custo da ração e o baixo preço pago pelo quilo do porco vivo estão levando criadores a abandonar a atividade.
Roque Avrella é criador independente há 20 anos em Porto Mauá, no Rio Grande do Sul. Desde o fim do ano passado, ele acumula prejuízos que passam de R$ 150 mil por mês. Segundo ele, a culpa é do alto custo de produção. "Trabalhando com dois anos de prejuízo, eu vejo que o melhor é parar com a atividade parar com a atividade para não ter mais prejuízo", diz.
Somente as matrizes estão nos chiqueiros e aos poucos serão descartadas. Mesmo tendo qualidade genética, os animais devem ser abatidos até o fim do ano.
"Uma matriz custa ao produtor em torno de R$ 500 a R$ 600. Quando abater, você vai pegar em torno de R$ 400 por matriz. Os machos, que a gente faz uma aquisição para a central, por cerca de R$ 20 mil, teremos de eliminar os animais pegando R$ 500 por animal", avalia Avrella.
Outros criadores não esperarão até o fim do ano. Eles já pararam. Na granja onde eram engordadas mais de mil cabeças de suínos, há um mês os galpões estão vazios e sem utilidade.
O criador Italino Smaniotto conta que o prejuízo era de um real por quilo de porco entregue para abate. Com o que ganhou nos últimos dois anos não conseguiu pagar sequer a reforma dos galpões, que custou R$ 150 mil. "Se fosse olhar, dá depressão na pessoa. Mas não adiante. Tem que levantar a cabeça e vamos ver o que vamos fazer prá melhorar", diz.
Na granja em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, os criadores já começaram a diminuir o número de animais.
A criadora Eliandra Borghezan se desfez de 700 porcos para reduzir os gastos. Hoje, o quilo da carne, vendido a R$ 1,80, não cobre nem os custos. Segundo os produtores, seria preciso receber R$ 2,50 por quilo para não haver prejuízo. Só em junho, a perda na propriedade chegou a R$ 64 mil reais. Dois empregados foram demitidos.
"Em junho o banco liberou um custeio ainda. Mas julho eu já não sei. Começam a vencer os custeios feitos no ano passado e não tem chance nenhuma da gente conseguir pagar. É triste, é assustador", diz Eliandra.
O criador Dionísio Mohler tem 20 mil animais e 25 funcionários. Ele vende a um frigorífico da região 2,5 mil porcos por mês. Cada animal vendido significa uma perda de R$ 80.
Os prejuízos acumulados na propriedade nos últimos dois meses chegam a R$ 400 mil reais. Fica difícil pensar até em como pagar as dívidas.
"Tem muita gente pensando em desistir. Só que acontece que a suinocultura você não consegue desistir dela em curto prazo. Pelo porte da minha granja, levaria em torno de um ano de prazo para acabar com ela. O que a gente está pensando é correr atrás de recurso e manter a atividade", diz Mohler.
Nesta semana, uma missão brasileira ira à Rússia discutir a suspensão das vendas de carne suína. O Brasil apresentará uma lista com 140 frigoríficos aptos a exportar imediatamente, de acordo com as exigências dos russos. O governo brasileiro investirá ainda R$ 50 milhões em laboratórios de análise de alimentos.
BRF e Cade fazem reunião hoje e podem decidir futuro da companhia
No encontro, os integrantes do Cade vão cobrar da empresa a venda de um pacote de ativos, que inclua marcas e fábricas, e seja capaz de criar um rival efetivo da companhia. Eles não pretendem aceitar os argumentos de que outras empresas já estabelecidas no país e com marcas reconhecidas, como a Seara, seriam rivais capazes de competir com o mesmo potencial da BRF. Também não vão acatar alegações de que empresas estrangeiras poderiam crescer no país adquirindo esse pacote, como a Tyson, o que seria prejudicial ao país.
O Cade quer um concorrente de fato, que seria formado a partir da venda de ativos da BRF, e, para o órgão antitruste, não importa se for nacional ou estrangeiro. O essencial para o Cade é a proteção dos consumidores. O que prevalece no conselho é que os consumidores estarão resguardados se existir um concorrente capaz de baixar os preços sempre que houver eventuais aumentos da Sadia e da Perdigão. Para tanto, é preciso um rival forte em mercados como carnes in natura, frangos, perus e congelados em geral. Ao todo, a operação envolve mais de 30 mercados.
Os conselheiros pretendem julgar o negócio no próximo dia 13. A rigor, eles têm mais duas datas para fazer isso: 13 e 27 de julho, que são as duas próximas sessões do Cade. Mas, na sessão do dia 27, o processo da Sadia-Perdigão terá cumprido 58 dias no conselho. E o Cade tem, no máximo, 60 dias para julgar. Esse prazo está previsto na Lei Antitruste (nº 8.884). Ele é interrompido quando as empresas pedem para apresentar pareceres.
O problema, para o Cade, é que se os 60 dias forem ultrapassados, o negócio será aprovado automaticamente. Por isso, para os conselheiros o mais seguro seria tomar uma decisão no dia 13.
Quanto ao julgamento no dia 13, há duas possibilidades. Ou se chega a uma solução negociada ou o Cade impõe uma decisão. Na primeira hipótese, o caso seria resolvido de imediato. Na segunda, a decisão antitruste pode ser levada à Justiça, caso determine a separação da Sadia e da Perdigão.
A BRF já ofereceu uma proposta de vender a concorrentes o equivalente a 15% de sua produção. Mas, ela foi recusada pelo relator do processo, conselheiro Carlos Ragazzo, que, ao fim, votou pela reprovação do negócio. Um dos problemas verificados por ele é que a proposta incluiu contratos de fornecimento de produtos industrializados por encomenda: durante dois anos, os concorrentes receberiam produtos a preços mais baixos do que os de mercado e, com isso, poderiam investir em fábricas próprias para aumentar a produção. Mas, para Ragazzo, os contratos não resolveriam pois, após esses dois anos, a empresa não conseguiria fazer frente ao poder da BRF.
Agora, quem conduz as negociações é o conselheiro Ricardo Ruiz, que pediu vista do processo. Ele é o próximo a votar. Depois dele, votam três conselheiros.
A matéria é de Juliano Basile, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
sábado, 2 de julho de 2011
Nutrição
Arroz na ração
Com excedente de produção registrado na última safra, o arroz poderá fazer parte da alimentação animal, especialmente de aves e suínos no Rio Grande do Sul. O cereal substituiria o milho, hoje importado pelo estado.
A ideia surge como alternativa para ampliar o aproveitamento do arroz e influenciar no aumento dos preços. O baixo preço do grão provoca uma das piores crises que a lavoura orizícola já enfrentou. A análise da proposta ainda será aprofundada, antes de ser levada ao governador gaúcho, Tarso Genro.
O Rio Grande do Sul importa de outros estados cerca de um 1,5 milhão de toneladas de milho para a produção de rações, que poderiam ser substituídas por 1,8 milhão de toneladas de arroz para se obter a mesma produção. Em função dos estoques nacionais de milho estarem baixos e haver superprodução de arroz, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, acredita que a medida resolveria dois problemas de uma vez: "Sob o ponto de vista técnico nutricional, a substituição de um pelo outro aponta uma equivalência. Vamos buscar encontrar uma equação econômico-financeira que permita viabilizar a substituição
Se não estiver conseguindo ler adequadamente acesse pelo link: http://www.sbz.org.br/informativos/informativo_14.htm
Ano II – N°14 – Julho de 2011 |
Entrevista: Rodrigo Vidal Oliveira![]() Rodrigo Vidal Oliveira tem graduação e mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e doutorado em Zootecnia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/Unesp, campus de Jaboticabal (SP). É professor adjunto da Universidade de Brasília (Unb) desde 2010, com experiência na área de produção animal. Desde abril, Vidal está à frente da secretaria executiva da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ) sucedendo o professor Gilberto Gonçalves Leite, que se dedicou à função durante 11 anos. Nesta entrevista, Vidal comenta sobre as primeiras atividades realizadas depois de assumir o cargo. Como destaque, o convênio com uma empresa de cartão de crédito para pagamento da anuidade e das taxas de tramitação dos artigos da Revista Brasileira de Zootecnia: mais praticidade para o associado da SBZ (veja: Associados podem pagar taxas da SBZ com cartão de crédito). SBZ Notícias – Como surgiu o interesse de assumir a secretaria executiva da Sociedade Brasileira de Zootecnia? RVO - Recebi o convite do presidente da SBZ, Ronaldo Lopes Oliveira, em assumir a Secretaria Executiva. Aceitei esse desafio por conhecê-lo há alguns anos e por ter o prof. Gilberto Leite, que atuou nessa função por muitos anos, para me assessorar nessa fase inicial. Também o que me motivou foi querer contribuir mais efetivamente com as atividades da SBZ. SBZ Notícias – Quais as atividades realizadas pela Secretaria Executiva? RVO - A secretaria executiva assessora a diretoria nos assuntos administrativos da SBZ; resolve quaisquer assuntos referentes à conta bancária da SBZ, mediante procuração emitida pelo presidente; mantem arquivo dos documentos jurídicos da SBZ, em atendimento às normas legais, atualizando-os permanentemente; mantém contato permanente com o Editor-Chefe da RBZ e os demais setores da SBZ, visando à articulação de suas atividades e ao atendimento de suas necessidades (ocorrem reuniões periódicas); mantém registro atualizado das admissões e exclusões de associados; recebe as anuidades dos associados, as taxas da RBZ ou outras receitas da SBZ; dentre outras funções administrativas. Atualmente, minhas primeiras atividades têm sido dar apoio aos organizadores da Reunião Anual da SBZ que ocorrerá em Belém, de 18 a 21 de julho, e para o nosso atual presidente quanto à reunião que aconteceu na primeira semana de junho na Itália para fechar o convênio entre a SBZ e a Associazione Scientifica di Produzione Animale (ASPA). Estive também bastante empenhado em acertar um convênio com empresa de cartões de crédito para facilitar o pagamento da anuidade pelos associados, assim como o pagamento das tramitações de publicações de artigos na RBZ. Essa opção já está disponível no site proporcionando mais comodidade aos sócios e às pessoas que estão no exterior para realizarem os pagamentos sem maiores dificuldades. Para ler a entrevista na íntegra, acesse: http://www.sbz.org.br/ver.php?idiom=pt&id_noticia=330
Revista Brasileira de Zootecnia
Por que citar a RBZ - Quanto mais citados forem os artigos recentes de um periódico, maior será seu Fator de Impacto (FI). Para elevar o FI, são contabilizadas apenas citações dos dois últimos anos. Assim, os autores devem, em seus artigos, valorizar o conhecimento recente produzido e divulgado na RBZ. Para ler na íntegra o texto do editor científico da RBZ, Edênio Detmann, acesse:
Resumos expandidos das Reuniões Anuais no portal da SBZO site da SBZ (www.sbz.org.br) dispõe de um sistema de busca dos resumos expandidos das Reuniões Anuais anteriores: de 2000 a 2010. Estão disponíveis 16.744 títulos na base de dados. A busca pode ser feita por autor ou título e pode ser selecionada qual reunião o usuário deseja consultar. Associados podem pagar taxas da SBZ com cartão de crédito![]() Mais uma vez a Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ) inova ao oferecer a seus associados a opção de pagamento de todas as taxas via cartão de crédito Visa ou Mastercard. Essa alternativa encontra-se no mesmo local onde é possível gerar o boleto bancário (www.sbz.org.br). A mudança objetiva trazer mais praticidade e comodidade aos sócios da SBZ. - Esperamos que vocês usufruam dessa medida e já comecem a efetuar seus pagamentos utilizando o cartão de crédito. Em breve, o sistema de pagamento estará também de mais fácil acesso – enfatiza o presidente da SBZ, Ronaldo Lopes Oliveira.
Mais notícias sobre esta seção, acesse: www.sbz.org.br/eventos.php Pós-graduaçãoFederal da Bahia pode orientar candidatos de pós-doc na área de ZootecniaA Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) realiza seleção de projetos para o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR/BAHIA), que contempla bolsas de pós-doutorado. As inscrições podem ser realizadas até 14 de novembro. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem disponibilidade de receber candidatos recém-doutores para concorrer a bolsas DCR nas áreas de Ruminantes, Apicultura, Melhoramento Animal e Pastagens. Uma bolsa de Desenvolvimento Científico e Regional na Federal de SergipeA Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PROZOOTEC), tem uma bolsa de Desenvolvimento Científico e Regional (DCR) na área de equideo e ezoognósia. O valor da bolsa é de R$5.200,00 para quem tiver o título de doutor há, no mínimo, dez anos; R$3.800,00 há, no mínimo, cinco anos e R$2.800,00, com título de doutor, há menos de cinco anos. A duração é de três anos, sendo que o valor do último mês de bolsa pode ser adiantado para servir de apoio ao selecionado para que possa se transferir para Aracaju. Os candidatos devem entrar em contato com os professores Alfredo A. Backes ou Gladston Rafael pelo fone (79) 2105-6335 ou pelo e-mail cpgz@ufs.br ou cpgzufs@gmail.com Concursos & oportunidadesPrograma Trainee Minerva: inscrições até 3 de setembroO Programa Trainee Minerva está selecionando candidatos. É necessário ser recém-formado em Administração de Empresas, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e Engenharias de Alimentos, Automação Industrial, Mecânica e de Produção. As inscrições podem ser feitas até 3 de setembro. As vagas são para os profissionais atuarem no setor de produção, comercial (mercados interno e externo), logística, administrativo e suprimentos na cidade de Barretos (SP), Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Goiânia e Campinas (SP). IFSertão realiza concurso em várias áreas do conhecimentoO Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão) realiza concurso para docente para várias áreas do conhecimento. Para o campus Ouricuri, há uma vaga na área de agroindústria com ênfase em processamento de laticínios. O candidato precisa ser graduado em um desses cursos: Tecnologia de Alimentos, Engenharia de Alimentos, Tecnologia em Agroindústria, Tecnologia em Laticínios, Nutrição, Medicina Veterinária, Zootecnia com no mínimo curso de especialização na área objeto do concurso; há também uma vaga para Agroindústria com ênfase em processamento de carnes. É necessário ser formado em um desses cursos: Tecnologia de Alimentos, Engenharia de Alimentos, Tecnologia em Agroindústria, Tecnologia em Processamento de Carnes, Nutrição, Medicina Veterinária ou Zootecnia com no mínimo especialização na área objeto do concurso. Para o Campus Salgueiro, há uma vaga na área de agroindústria. O candidato deve ser formado em um desses cursos: Tecnologia de Alimentos, Engenharia de Alimentos Tecnologia em Agroindústria, Tecnologia em Processamento de Carnes, Nutrição, Medicina Veterinária, Zootecnia, Engenharia Agronômica com no mínimo especialização na área objeto do concurso. As inscrições podem ser feitas até 10 de julho. | ||||||||||||||
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sexta-feira, 1 de julho de 2011
A Zootecnia e a Merenda Escolar
Como sabemos, a Zootecnia é a arte de criar animais e uma ciência aplicada que trata da adaptação dos animais domésticos ao ambiente criatório com fins econômicos. A cadeia produtiva animal deve ser analisada por dois ângulos, de forma sistêmica e simultânea, ou seja, por um lado valorizar as técnicas de melhoramento genético, alimentar, sanitário, sócio-econômico e ambiental, visando o bem estar animal e, por outro, os custos da produção animal (zooeconômia) já que é considerada como o “agronegócio da produção animal”, do produtor ao consumidor e vice-versa.
Portanto, a produção de alimentos tem que ser realizada o mais próximo possível do consumidor, pois, quanto mais distante, maiores serão os seus custos, como exemplo, os gastos com o transporte dos produtos. A necessidade de encurtar a distância entre o produtor e o consumidor objetiva otimizar os custos e a qualidade dos alimentos, valorizando o produtor rural e o consumidor, com a redução de intermediários. Pelo exposto, a merenda escolar deve ser, preferencialmente, produzida dentro do próprio município, em cumprimento à Lei Federal 11.947/09, que determina que 30% dos produtos da alimentação escolar sejam provenientes da agricultura familiar. O objetivo dessa lei foi orientar e facilitar que os itens produzidos pelos pequenos agricultores cheguem às escolas da rede municipal e estadual.
Em última análise, a Zootecnia valoriza a produção de alimentos de origem animal para consumo no próprio local onde é produzida, como a produção de leite (vaca e cabra), carne (bovina, suína, ovina, caprina, aves, peixes, dentre outras), ovos (galinhas e codornas) e mel. Todos esses produtos devem ser produzidos e processados no próprio município (inspeção municipal), para atender a demanda da merenda escolar. A questão central passa a ser elaborar o cardápio da merenda escolar partindo desta premissa, ou seja, consumir preferencialmente a produção local, e a partir daí, organizar a produção de alimentos de forma a regular produção e consumo, e por escala, ou seja, os produtores rurais devem receber orientação zootécnica para produção desses alimentos conforme a previsão de consumo semanal e/ou mensal.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE tem como missão: “Retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania”, possui informações diversificadas de todos os municípios do Brasil (5.565), (Tocantins - 139), inclusive do setor agropecuário, tais como Censo Agropecuário, Pesquisa da Agricultura Municipal – PAM, Pesquisa da Pecuária Municipal – PPM, Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura – PEVS, dentre outras. Os resultados dessas pesquisas, atualizadas anualmente, influenciam diretamente no PIB agrícola municipal (investimentos e riquezas geradas) e nos desdobramentos decorrentes. A PPM visa obter dados estatísticos sobre os efetivos dos rebanhos das principais espécies de animais domésticos e as produções de leite de vaca, ovos de galinha, ovos de codorna e mel.
Nesse contexto o IBGE revela, através das Pesquisas Agropecuárias, dentre outras, a localização geográfica (mapas) e os números da agropecuária municipal. Essas informações devem ser utilizadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal, bem como pelas Universidades com seus professores, pesquisadores, extensionistas, estudantes, iniciativas privadas, terceiro setor (cooperativas, associações, ONG’s...), produtores e consumidores, como subsídio para os estudos, planejamentos e ações direcionadas, visando projetar o futuro, com foco no mercado de trabalho para os profissionais, gerando renda e a sustentabilidade ambiental.
Autor: Geraldo N. Junqueira Filho é zootecnista formado na UFRRJ, com Pós-Graduação em Administração de Projetos Agrícolas na FGV-RJ e Mestrado em Zootecnia na UFMG. Atualmente ocupa o cargo de Supervisor de Estatística Agropecuária – IBGE-TO e Coordenador das Comissões Municipais de Geografia e Estatística – CMGE’s.
Comentário Cepea - Análise do Mercado de Frango
O mercado avícola está em ritmo fraco na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. A expectativa de agentes era de que as cotações se recuperassem nesta semana, fundamentados no típico aquecimento da demanda no início do mês. Esse cenário, no entanto, não têm se confirmado. O mercado da carne está bastante lento, com os preços registrando elevações em algumas praças e quedas em outras. Para o frango vivo, segundo dados do Cepea, os preços estão estáveis. Apesar desse contexto, o poder de compra de avicultores frente aos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja) aumentou em São Paulo e em Santa Catarina no correr de junho.
No atacado de SP, entre 22 e 30 de junho, o frango congelado valorizou 1,6% em sete dias, fechando na última quarta-feira (30) a R$ 2,44/kg, em média. No entanto, o preço do frango resfriado recuou 1,3%, passando para a média de R$ 2,31/kg na quinta.
Atacado do Estado de SP | ||
| Frango Inteiro Congelado | Frango Inteiro Resfriado |
22/jun | 2,43 | 2,34 |
30/jun | 2,47 | 2,31 |
Var. Semanal | 1,6% | -1,3% |
Atacado, média (R$/kg) das regiões de São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado
Fonte: CEPEA/ESALQ
Para maiores informações entre no site www.cepea.esalq.usp.br/frango
Semestre positivo para as commodities
Não bastassem as derrapagens na retomada americana e as constantes incertezas europeias, coroadas pelo recente debacle grego, colaboraram para acentuar o nervosismo dominante as turbulências sociopolíticas em países do Oriente Médio e do norte da África, no primeiro bimestre, e o terremoto no Japão, no início de março.
As commodities não passaram incólumes pelos vagalhões, tanto em razão dos movimentos financeiros que os sucederam quanto pelas ameaças ao consumo que representaram. Mudanças de posições dos fundos de investimentos desnortearam os mercados em alguns momentos, e a volatilidade dos preços deu o tom, incentivando uma união de esforços para coibi-la cujo capítulo mais recente e decepcionante foi escrito na semana passada, na reunião dos ministros da Agricultura do G-20, em Paris.
Mas, apesar dos percalços, os fundamentos de oferta e demanda prevaleceram. O apetite dos emergentes continua a desafiar inclusive as espirais inflacionárias, e, em muitos casos, as produções crescem menos e os estoques continuam magros. Resultado: com a preciosa ajuda oferecida por um dólar fraco, o primeiro semestre foi positivo para as cotações da maior parte das commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no exterior.
Cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez) de produtos referenciados nas bolsas de Chicago e Nova York mostram que seis deles (açúcar, algodão, cacau, café, soja e milho) alcançaram suas maiores médias semestrais históricas entre janeiro e junho em termos nominais. As médias do trigo e do suco de laranja foram as terceiras mais elevadas.
Para analistas e consultores, nos últimos meses, a resistência dos preços comprova que as matérias-primas para a produção de alimentos ganharam um novo status neste início de milênio, em larga medida em função da aceleração do consumo em países emergentes como China, Índia e Brasil.
E como a oferta deverá aumentar menos do que a demanda no curto e médio prazos, as perspectivas de órgãos como FAO, OCDE, FMI e Banco Mundial apontam para uma nova década de commodities em alta, ainda que com os solavancos de praxe.
Solavancos como os que derrubaram as cotações dos grãos na quinta-feira em Chicago, a partir da divulgação de um relatório do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que apontou estoques maiores que os esperados naquele que é o maior produtor agrícola do mundo.
Mesmo com as fortes desvalorizações que se seguiram ao relatório, importantes para os preços médios menores em junho do que em maio, soja, milho e trigo fecharam o mês passado com consideráveis valorizações sobre as médias de junho de 2010. A maior dessas altas é a do milho (97,39%), seguida pela do trigo (57,15%) e a da soja (45,16%).
Mas vale ressaltar que a perda de sustentação teve lá suas consequências. Levantamento divulgado na segunda-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), mostra que por lá os produtores de soja estão segurando as vendas do que resta da produção (10%), à espera de melhores preços. No milho, onde mais de 30% da safra ainda tem de ser comercializada, a estratégia é semelhante.
Nessa frente, básica para a produção global de alimentos e rações e pesada no custo de vida, os efeitos do clima sobre as safras do Hemisfério Norte continuarão ditando as influências "fundamentais" em julho, e as reações "altistas" a quaisquer ameaças à oferta tendem a continuar estridentes. E não será surpresa se os grandes fundos renovarem suas apostas nas agrícolas de Chicago, já que no terceiro bimestre muitas fichas deixaram esse tabuleiro.
Em Nova York, onde são transacionadas as chamadas "soft commodities", o cenário não é muito diferente. Em meio às correntezas financeiras, o algodão sofrerá as mesmas influências americanas dos grãos, o clima e as safras no Brasil devem seguir ditando o ritmo dos mercados de açúcar e café, a temporada de furacões nos Estados Unidos ainda puxará o suco de laranja e a Costa do Marfim mandará no cacau.
Entre as "soft", mostram as contas do Valor Data, apenas o cacau encerrou junho com cotação média inferior à do mesmo mês do ano passado (0,97%). Entre as demais, a maior alta na comparação é a do algodão (72,14%), seguida pelas de café (71,28%), açúcar (60,53%) e suco (28,58%).
A reportagem é de Fernando Lopes, para o jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe CaféPoint.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Gestão, Manejo e Nutrição Na Bovinocultura Leiteira - São José do Cedro
Inscrições: até 01/07/2011
pós-graduação em gestão, manejo e nutrição na bovinocultura leiteira - 1
Objetivo:
Promover o aprendizado multidisciplinar por meio da prática de gestão sistêmica da cadeia produtiva da bovinocultura de leite, com ênfase nos recursos produtivos e na gestão profissional de cada um dos elos envolvidos.
Coordenador(a): Alceu Cericato
Prorrogada por seis meses alteração na norma de qualidade do leite
Prazo será necessário para competências e responsabilidades para indústrias e produtores se adequarem aos novos padrões
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prorrogou por seis meses a entrada em vigor da próxima etapa da Instrução Normativa nº 51, prevista para ser aplicada a partir dessa sexta, dia 1º. A legislação determina novos parâmetros de qualidade para produção do leite nacional.
A norma exigiria a redução em 87% da contagem total de bactérias e em 50% a contagem de células somáticas presentes em cada mililitro de leite. Com isso, o limite de contagem bacteriana total (CBT), que atualmente é de 750 mil Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por mililitro, baixaria para 100 mil UFC por mililitro com relação à contagem de células somáticas (CCS), o teto passaria de 750 mil células por mililitro para 400 mil por mililitro.
– O governo está dando um prazo de seis meses para que a cadeia produtiva possa fornecer um produto de melhor qualidade para os consumidores, e para que seja firmado acordo setorial para estabelecer sistema de pagamento ao produtor por essa melhoria de qualidade. É importante que o produtor receba incentivos e seja pago pela qualidade do seu leite – justifica o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
A alegação de indústrias e entidades do setor é que, se a legislação fosse adotada de imediato, grande parte dos produtores brasileiros ficariam excluídos do mercado. A proposta da cadeia é a redução gradual dos índices a cada ano até que a meta seja atingida.
Outros obstáculos apontados pela cadeia são as condições das estradas vicinais, aporte de energia elétrica insuficiente e irregular em algumas regiões, além da falta de acesso à tecnologia e financiamento para aquisição de resfriadores, bem como treinamento para pequenos produtores sobre melhoria das condições de ordenha e produção.
Segundo o diretor do Departamento de Inspeção e de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, um grupo técnico composto por representantes do Ministério da Agricultura, de empresas, universidades, Embrapa, Confederação de Cooperativas, da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deverá ser constituído para estabelecer, no prazo de seis meses, os critérios de participação e as responsabilidades dos elos da cadeia produtiva, e propor os parâmetros de qualidade com base nos resultados das avaliações técnicas realizadas até agora.
– O Ministério não está autuando e nem rejeitando nenhum leite. A nossa meta é que se efetive nacionalmente o sistema de pagamento por qualidade, com base em definições dos novos parâmetros que serão estabelecidos. Sabemos das dificuldades do país, mas precisamos do comprometimento de toda a cadeia – ressalta Oliveira.
Impactos positivos
De acordo com o coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Marcius Ribeiro de Freitas, com a melhoria da qualidade do leite cru, automaticamente todos os tipos de leite terão padrões mais rígidos. Como conseqüência, o produto brasileiro poderá atender aos padrões internacionais de qualidade, além de trazer benefícios para produtores, indústrias e consumidores.
Outras vantagens são a valorização do preço pago aos criadores, uma matéria-prima de melhor rendimento e maior vida comercial para as indústrias, além da possibilidade de exportação. Os consumidores terão à disposição um leite de melhor qualidade.
– O Brasil é uma potência agrícola e um grande produtor de leite. Temos que ter um produto que atenda padrões internacionais de qualidade. Hoje, o consumo de lácteos de valor agregado alto tem crescido e as pessoas não estão comendo apenas mussarela – avalia Freitas.